Pacientes com problemas renais podem ficar sem hemodiálise se insumos não chegarem ao Rio


Médica alertou para os riscos da suspensão do tratamento. Material usado é fabricado em São Paulo e não chegou à capital fluminense por causa da greve dos caminhoneiros.

Os insumos para o tratamento de pacientes renais devem durar apenas até sábado (26) no Rio. A fábrica que fornece esses materiais fica em São Paulo, e os caminhões ficaram presos nos bloqueios nas estradas.

Os pacientes fazem o tratamento semanalmente e não podem interromper os procedimentos.

Insumos para o tratamento de pessoas que precisam de hemodiálise podem acabar a partir do sábado (26) no Rio (Foto: Reprodução/ TV Globo)

Insumos para o tratamento de pessoas que precisam de hemodiálise podem acabar a partir do sábado (26) no Rio (Foto: Reprodução/ TV Globo)

“A gente precisa fazer esse tratamento, que é a limpeza do sangue. O rim desses pacientes não funciona mais, e essa máquina precisa de série de insumos; sem qualquer um deles a gente não faz o tratamento. São insumos grandes, tem galões de cinco litros de solução. O filtro dialisador. A gente não tem como estocar isso nem conseguir em qualquer outro lugar que não seja o fornecedor”, afirmou a médica nefrologista Ana Beatriz Barra, na frente da Clínica de Doenças Renais, em Botafogo, na Zona Sul do Rio.

Ela alertou ainda para a necessidade do prosseguimento no tratamento.

“Eles precisam disso para sobreviver. A gente tem um intervalo de dois dias, que é o possível deles ficarem sem o tratamento, mas alguns pacientes precisam ficar até diariamente. E a gente tem material nesta clínica até amanhã”, destacou a médica.

Acordo

O Governo do Estado do Rio de Janeiro anunciou na quinta (24) um acordo com os caminhoneiros. Com o compromisso de que as estradas estaduais não sejam mais bloqueadas, o governador Luiz Fernando Pezão ofereceu aos motoristas uma redução no ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) do diesel de 16% para 12%.

Após uma reunião de mais de seis horas com representantes de entidades de caminhoneiros, os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Carlos Marun (Secretaria de Governo), Eduardo Guardia (Fazenda) e Valter Casimiro (Transportes) anunciaram na noite desta quinta-feira (24) a proposta do governo de um acordo para a suspensão da paralisação da categoria.

fonte: G1 25/05/2018

Brasil atende 23% da demanda para transplantes de coração


Brasil fez 380 cirurgias, mas precisava de outras 1,2 mil em 2017. Número baixo ainda só foi obtido com morte de homens jovens vítimas da ‘epidemia de violência’ , segundo especialistas.

Capitais concentram mais de 80% das cirurgas de transplante de coração do Brasil (Foto: Incor/Divulgação)

Capitais concentram mais de 80% das cirurgas de transplante de coração do Brasil (Foto: Incor/Divulgação)

Há 50 anos, em 26 de maio de 1968, o primeiro transplante de coração do país acontecia no Hospital das Clínicas, em São Paulo. Apesar da evolução nas pesquisas, hoje, apenas 23% da necessidade estimada no país é suprida, de acordo com dados da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO). Mesmo com boa parte dos doadores formada por vítimas da “epidemia de violência”, ainda faltam corações e centros de excelência.

Trezentos e oitenta brasileiros doaram e receberam um coração em 2017 – mesmo assim, a demanda estimada era de 1.638 cirurgias. Isso representa um déficit de 1.258 órgãos. As estimativas são da ABTO. Procurado pelo G1, o Ministério da Saúde não deu balanço dos transplantes e de sua participação no custeio dos procedimentos.

Os transplantes foram realizados por 36 equipes médicas, mas não ocorreram em todo o país.

“O desafio é o país ter mais doadores. Qual é o problema do transplante do Brasil? Precisamos de mais centros e mais doadores”, disse Roberto Kalil, presidente do Conselho Diretor do Incor.

Cirurgias nas capitais

Onze das 27 capitais fizeram transplantes de coração. Elas representam 87,3% de todas as cirurgias do tipo. O Instituto do Coração (Incor), em São Paulo, fez a primeira cirurgia do tipo e atualmente ainda é o centro que mais faz o procedimento.

“São cidades que têm hospitais com estrutura para fazer transplante e, provavelmente, captação de órgãos e também doadores. O ideal seria ter um Incor em cada região do país” – Roberto Kalil

Localização dos transplantes de coração no Brasil (Foto: Alexandre Mauro/G1)

Entre as 27 capitais, São Paulo é a cidade que mais faz transplantes: 31% de todos os realizados no ano passado. Foram 118, sendo 69 no Incor. As regiões Sudeste e Sul fazem a maioria das cirurgias. O Norte não fez nenhuma.

“É agravante, mas nem tanto. A população do Norte é muito pequena e espalhada. Boa parte deles tem parentes no Sul e Sudeste, e acaba vindo se tratar. E isso não acontece só com transplante, acontece com câncer também, por exemplo”, disse Paulo Pêgo.

Fábio Jatene, vice-presidente do Conselho Diretor do Incor, é o médico que mais fez transplantes de coração no ano passado – foram 57. Ele acredita que, mesmo com essa centralização do serviço, a maior questão ainda é ter mais doadores.

“O principal desafio é a falta de doadores. Esse é um fator limitante sério, não só pra gente, mas para o mundo inteiro” – Fábio Jatene

Epidemia de violência

G1 analisou os dados de cada um dos 380 doadores e transplantados em 2017 – gênero, idade, localização (veja infográfico abaixo).

Se os doadores fossem representados de acordo com a maioria, eles seriam homens perto dos 26 anos. São mais jovens em comparação com os países da Europa e, de acordo com o presidente da Associação Brasileira dos Transplantes de Órgãos (ABTO), Paulo Pêgo, isso acontece devido à uma “epidemia de violência” que atinge o Brasil.

“A violência no Brasil é muito alta. É uma epidemia.” – Paulo Pêgo

“Quem é mais exposto à violência é o homem jovem. Por tudo, ele corre mais no trânsito, ele bebe mais, assalta mais”, afirma.

Em seu livro “De Coração a Coração”, Marcelo Jatene, médico que atua na área desde 1989, fala do incômodo do que é chamado esse ‘paradoxo do transplante’.

“O que seria desse programa se houvesse um controle ideal de armas de fogo, um trânsito seguro, todos os pais cuidassem muito bem dos seus filhos?”

Perfil dos doadores e receptores dos transplantes de coração no Brasil (Foto: Alexandre Mauro/G1)

Perfil dos doadores e receptores dos transplantes de coração no Brasil (Foto: Alexandre Mauro/G1)

Perfil dos doadores e receptores dos transplantes de coração no Brasil (Foto: Alexandre Mauro/G1)

Em países com índices menores de acidentes de trânsito e violência em geral, alternativas são apresentadas. De acordo com Pêgo, a Alemanha tem boa parte de seus transplantes com corações artificiais. É um caminho para salvar vidas, independentemente das doações.

“Eles [países europeus] têm menos órgãos e mais dinheiro. Na última década, tem aumentado muito a implantação de ventrículos artificiais. No Brasil, temos o contrário. Nós temos uma enorme dificuldade de aumentar o número de corações artificiais por uma questão financeira, porque é muito mais caro, mas temos mais órgãos”, disse Pêgo.

Custo dos corações artificiais

No Brasil, os especialistas avaliam que os transplantes artificiais têm um alto custo – o preço fica em média R$ 600 mil. Alguns projetos nacionais, usados em pesquisas, podem ter um valor mais baixo. Por enquanto, o Sistema Único de Saúde (SUS) não arca com as despesas, mas alguns planos de saúde pagam uma parte.

“Os corações artificiais estão sendo usados cada vez mais no mundo todo”, disse Jatene. “O problema é que isso está acontecendo principalemte no primeiro mundo. Os modelos não são simples, nem baratos”.

“Eu acho que, no Brasil, podemos aumentar um pouco a nossa utilização de corações artificiais, mas a gente não vai conseguir claramente resolver todo o problema com isso”.

Evolução do tratamento

Desde o primeiro transplante da equipe de Euryclides de Jesus Zerbini, o procedimento evoluiu. Na época, uma das principais dificuldades era manter o paciente vivo devido à rejeição ao órgão.

Na década de 80, a ciclosporina, droga imunossupressora, foi aprovada e ocorreu uma forte alta no tempo de sobrevivência dos transplantados.

Jatene explica que a evolução das drogas pós-cirurgia não parou. Novos remédios foram incorporados – provocam menos infecções e controlam melhor a rejeição do coração.

“É um processo contínuo. Hoje a gente já usa várias drogas mais eficientes que a ciclosporina. O problema é que essas drogas, como todas as novas, são mais caras. Ficamos o tempo inteiro tentando fazer que isso se inviabilize”.

Desde o início de maio, o G1 entrou em contato com o Ministério da Saúde para falar sobre avanços na área e entender as chances de subsídio pelo SUS. O órgão não conseguiu agendar uma entrevista sobre o assunto.

Histórico dos transplantes no Brasil (Foto: Alexandre Mauro/G1)

Histórico dos transplantes no Brasil (Foto: Alexandre Mauro/G1)

 

fonte: G1 22/05/2018

Febre amarela: os enigmas que a ciência ainda não consegue explicar


A até agora inexplicável explosão de casos de febre amarela em regiões onde o vírus era pouco atuante há décadas trouxe um desafio para saúde pública brasileira. Até o momento, não se sabe quais os fatores que influenciaram esta dispersão do vírus. Nem por qual motivo os mosquitos da zona urbana, como o Aedes aegypti, ainda não o transmitem, mesmo tendo a capacidade para isso.

“Não é a primeira vez que a febre amarela se desloca. De tempos em tempos, há surtos fora da área amazônica. Mas o que vemos é que ao longo dos últimos 20 anos ela vem descendo. Neste ano, o surto de 2018 é continuidade daquele que teve início em 2016 em Minas Gerais, com um impacto muito grande em 2017″, explica Rivaldo Venâncio, coordenador de Vigilância em Saúde e Laboratórios da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). “O vírus não desce sozinho. Ou ele desce por meio do deslocamento dos primatas ou por meio de pessoas que moram nas florestas e descem para o Sudeste. Muitas vezes, elas estão com uma infecção sem sintomas ou com manifestações clínicas sutis e não sabem que estão doentes”, continua Venâncio.

A febre amarela é uma doença endêmica da região amazônica (ou seja, que circula naturalmente nesta região). Por isso, ela já faz parte da rotina de vacinação. Com a ampla cobertura vacinal, a população do Norte está quase toda protegida e são poucos os casos da doença que atualmente acontecem por ali. Por isso,os 353 casos confirmados no país no ultimo ano até a última quarta-feira, aconteceram no Sudeste (com exceção de um ocorrido no Distrito Federal). O padrão é semelhante ao do ano anterior, quando 777 casos da doença foram confirmados, 764 no Sudeste.

No Sudeste e no litoral do país, como a doença não é endêmica, a população estava pouco vacinada. Por isso, houve uma explosão de casos e a desesperada corrida a postos de saúde em busca da vacina. Em 2016, o ressurgimento do vírus nesta parte do Brasil causou o maior surto da doença das últimas décadas.

Pesquisadores procuram entender o que poderia ter mudado este padrão de infestação e porque ele ganhou esta velocidade nos últimos dois anos. “Há pesquisas que estudam se o aquecimento global estaria mexendo com o habitat dos primatas. Outras falam sobre a ampliação da fronteira agrícola do país para áreas do Norte e Centro-oeste não cultivadas antes ou onde a criação de gado foi substituída pelo plantio de soja e milho, que usam agrotóxico. Isso causa uma movimentação gigantesca de um ecossistema que estava quieto por muitos anos e a natureza dá a resposta”, destaca o coordenador de vigilância da Fiocruz.

O Centro de Informação em Saúde Silvestre da fundação busca descobrir desde o ano passado quais alterações ambientais podem ter provocado a dispersão atual da doença. São analisados 7.200 parâmetros para isso. A bióloga Marcia Chame, coordenadora do programa, afirma que os surtos fora da Amazônia estão relacionados com fragmentos de matas muito pequenos, reforçando o argumento da correlação do aumento da doença com a degradação ambiental.

Outros cientistas também analisam como o surgimento de uma linhagem moderna do vírus pode ter ajudado neste novo padrão de dispersão da doença. Esta nova linhagem surgiu no final da década de 1970, provavelmente em Trinidad e Tobago, afirma uma pesquisa conjunta dos Laboratórios de Aids e Imunologia Molecular, de Biologia Molecular de Flavivírus, de Mosquitos Transmissores de Hematozoários e de Genética Molecular de Microrganismos da Fiocruz. Segundo os pesquisadores, ela foi a responsável pelo recente surto, que começou em 2016 em Minas Gerais.

Mosquitos

Todos os casos ocorridos no país são do tipo silvestre da doença, transmitido dentro de área de mata nativa pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes. Este tipo de inseto prefere as copas das árvores para a reprodução e, por isso, pica preferencialmente macacos, se alimentando de seu sangue. O homem, quando se infecta, é por acidente, porque entrou na área de mata e o mosquito desceu para se alimentar por não ter alimento na parte de cima da árvore. O ciclo urbano da doença é transmitido por outros mosquitos. O principal deles é o Aedes aegypti, que também espalha dengue, chikungunya e zika. O ciclo urbano, apesar da forte presença deste mosquito na cidade, não acontece desde 1942 no país.

Isso também se transformou em um outro enigma para os cientistas. Por que até agora, mesmo com tantos casos de febre amarela silvestre em áreas próximas a grandes metrópoles, ainda não surgiram casos do tipo urbano da doença? O Aedes teria perdido a competência para transmitir a doença? Estaria com a capacidade esgotada por conta de tantos outros vírus competindo por um único hospedeiro? Outra pesquisa da Fiocruz comprovou que quatro espécies de mosquito, dois deles urbanos, sendo um o Aedes, podem, sim, transmitir a doença. Eles foram infectados em laboratório com sangue com vírus e os cientistas puderam comprovar que o vírus chegava à saliva de boa parte dos mosquitos. Quando o mosquito pica, ele cospe em sua vítima saliva, que possui  substâncias analgésicas e anticoagulantes que o ajudam a não ser notado. É neste momento que partículas do vírus são injetadas na corrente sanguínea.

“O mosquito tem competência para transmitir o vírus. Mas o ciclo urbano não está ocorrendo. Por que? Isso é o que todo mundo está se perguntando”, afirma a entomologista Dinair Couto Lima, pesquisadora do Laboratório de Mosquitos Transmissores de Hematozoários da Fiocruz e uma das autoras da pesquisa. Segundo ela, uma das hipóteses para que a transmissão urbana ainda não tenha acontecido é que o controle do Aedes nas cidades, apesar de problemático, está mais controlado. Com uma população de mosquitos menor, a transmissão pode estar controlada. “As pessoas se vacinando também criam uma barreira muito importante”, destaca ela.

Rivaldo Venâncio também destaca que o período de viremia (quando o vírus está no sangue do homem e pode transmiti-lo para um mosquito não infectado, continuando a cadeia de transmissão) é muito pequeno no caso da febre amarela. “O vírus fica entre um e dois dias na corrente sanguínea. O da chikungunya, por exemplo, fica entre sete e oito dias”, destaca ele. “A febre amarela silvestre não deixará de existir, pois não tem como acabar com o ciclo entre o macaco e mosquito. Por isso é importante vacinar a população urbana, para que ela seja mantida em um nível sustentado entre os humanos. A tendência é que a médio prazo, entre quatro a cinco anos, todo o Brasil seja área de vacinação, inclusive nestas áreas onde hoje a vacina não é aplicada na rotina. Esporadicamente vai haver alguém que não se vacinou e corre o risco”, conclui ele.

 

 

fonte: El país 14 FEV 2018 

Nova morte suspeita de febre amarela é investigada em Mairiporã; vítima recebeu tratamento de outras doenças


Técnico em refrigeração de 31 anos passou por 5 médicos da rede pública entre 1º e 9 de janeiro; ele foi diagnostica com rinite, sinusite e enxaqueca.

Captura de Tela (115)

Um técnico em refrigeração de 31 anos morreu em Mairiporã, na Grande São Paulo, sob suspeita de febre amarela, após ter sido atendido e tratado por vários médicos da rede pública de saúde e receber diagnóstico de outras doenças.

Em todo o estado a Secretaria da Saúde confirmou 21 mortes pela doença, sendo três delas em Mairiporã. Até o sábado (13), a Prefeitura já havia vacinado mais de 90% da população.

Fotos feitas por familiares mostram Anderson Lopes cinco dias após ficar doente, quando estava com a pele completamente amarelada. Ele morreu em 9 de janeiro e os exames sobre a causa da morte ainda estão sendo aguardados. Anderson não tinha tomado a vacina contra a febre amarela e deixou dois filhos, de 6 e 8 anos.

As autoridades de saúde tratam o caso como suspeita de febre amarela. “Ele já estava nas últimas, falou comigo bem baixinho e quando foi na segunda-feira, ele faleceu. Para mim foi muito triste, meu filho”, diz a mãe de Anderson, Anailde de Oliveira.

Foi em casa que Anderson apresentou os primeiros sintomas no dia primeiro de janeiro: febre, dor de cabeça, dor no corpo. No mesmo dia, ele foi levado a um hospital aqui de Mairiporã. Começava aí uma peregrinação em busca do diagnóstico e de tratamento. A a mulher de Anderson, Maria Dolores, diz que no primeiro hospital municipal, ele passou por exames e o médico deu o seguinte diagnóstico.

“Ele falou que era rinite, sinusite, deu uma medicação pra febre pra cortar a dor e deu inalação”, diz a viúva, Maria Dolores Faria Moraes. Anderson piorou e um dia depois foi parar numa UPA (unidade de pronto atendimento) do município de Franco da Rocha.

“Fizeram hemograma e exame de urina, aí falou que era infecção de urina mas estava muito leve”, explica a viúva.

No dia 4 de janeiro, ele voltou a procurar os serviços de saúde. Maria Dolores conta que os médicos suspeitaram de enxaqueca. “O médico falou que podia ser gases. Fez o raio x, e não tinha gases”, diz a viúva.

No dia 5, com dores mais fortes, Anderson ficou numa cadeira de rodas. E diante de novos exames, o mesmo médico que tinha atendido ele no dia 1 de janeiro deu a notícia. “Ele falou assim: ‘vou te dizer uma coisa: seu marido está com febre amarela’. Eu falei para ele: ‘doutor, passei com você dia primeiro, o senhor falou que tinha rinite, sinusite”.

Já muito doente, Anderson foi transferido pra um hospital estadual em Franco da Rocha, onde o caso se agravou. Para a viúva, houve descaso, pois “foram cinco diagnósticos, nove dias pra descobrir. Só no último dia o médico fala que foi febre amarela”.

O Instituto Adolfo Lutz ainda não divulgou o resultado dos exames para confirmar se Anderson Lopes de Oliveira tinha febre amarela.

A Prefeitura de Franco da Rocha informou que o paciente foi atendido três vezes e medicado, sem que houvesse suspeita de febre amarela.

A assessoria do hospital de Mairiporã Nossa Senhora do Desterro, onde foram feitos os primeiros atendimentos, também não se manifestou.

A secretaria de Saúde do Estado disse que técnicos do governo estiveram em Mairiporã na semana passada para orientar o município sobre a triagem e o manejo dos casos suspeitos e que a rede estadual está capacitada pra diagnosticar pacientes com doenças infecciosas.

fonte: G1 15/01/2018

 

Vigilância Sanitária retira macacos achados mortos no Parque Nacional da Tijuca


Órgãos dos animais serão analisados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para verificar se causa das mortes é febre amarela. Moradores de comunidade ficam em alerta

Macacos foram achados mortos por moradores do Catrambi em área de mata

Macacos foram achados mortos por moradores do Catrambi em área de mata – Severino Silva

Rio – Quatro macacos-prego encontrados mortos no Parque Nacional da Tijuca, próximo da comunidade do Catrambi, na Usina, foram removidos do local na manhã desta segunda-feira. Os órgãos dos animais serão analisados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para verificar se a causa das mortes pode ser febre amarela.

Moradores da comunidade estão em alerta após os animais surgirem mortos, perto da Rua Alves Câmara. Segundo eles é a primeira vez que isso acontece e eles temem que a causa seja que ele tenha sido mordido pelo mosquito transmissor da febre amarela. Os macacos não transmitem a doença para seres humanos.

A cuidadora de idosos Regina Célia Martins, de 42 anos, preferiu não arriscar e já tomou a vacina. “Fiquei com medo e desci para tomar hoje. Sempre convidemos com os macacos aqui e não acreditamos que tenham morrido por envenenamento”, contou ela, reforçando que foi a primeira vez que eles foram encontrados mortos.

 

A coordenadora da Vigilância Sanitária Municipal, médica Roberta Ribeiro, tranquilizou a população e informou que nestes casos a primeira medida é ligar para a Central 1746 da Prefeitura para realizar a remoção e não tocar nos animais, já que a causa da morte é desconhecida. Este é o primeiro caso de macacos entrados mortos na cidade este ano.

Os animais vão ser analisados inicialmente no Instituto Municipal de Medicina Veterinária Jorge Vaitsman antes de serem enviados para a Fiocruz.

Moradores encontraram os animais mortos no fim da manhã de domingo e disseram que desde então ligaram para a Vigilância Sanitária e outros órgãos, que só foram ao local para remover os animais nesta manhã.

“Ligamos para a Vigilância Sanitária, Secretaria de Meio Ambiente e vários órgãos de saúde, mas só chegaram agora às 9h. Aqui todo mundo ficou desesperado para tomar vacina. Estamos evitando deixar as crianças passarem para cá (aonde os macacos foram achados). Alguns moradores estão em alerta e descendo a comunidade para tomar vacina”, disse Edson de Jesus Rondon, presidente da Associação de Moradores da Comunidade do Catrambi, que tem cerca de 4 mil habitantes.

fonte: o dia 15/01/2018

Após morte de macacos, secretaria de Saúde recomenda vacinação contra febre amarela em Nova Iguaçu, RJ


Tanguá e Miguel Pereira também devem intensificar ações, pois registraram casos de macacos com resultado positivo para febre amarela no fim do ano passado.

 Captura de Tela (107)

Secretaria Estadual de Saúde recomendou a vacinação contra a febre amarela no município de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, após confirmação do vírus na região pela Fiocruz. Além de Nova Iguaçu, SES também recomendou a ampliação da vigilância nos municípios de Tanguá e Miguel Pereira, que também registraram casos de mortes de macacos com resultado positivo para a febre amarela. Os casos foram confirmados no final do ano passado.

Desde o ano passado, foram registrados 27 casos de febre amarela no RJ. As ocorrências aconteceram em 15 municípios do estado que tiveram nove mortes. Apenas crianças até nove meses de vida e pessoas com doenças que alteram o sistema iminológico não devem se vacinar.

“A população que precisa se vacinar, prioritariamente, é a população que vive no entorno das matas. A gente solicita à população não ir pra essas regiões mesmo que tenha alguma atividade, mas que tome a vacina dez dias antes de se deslocar pra essas áreas”, disse Mário Sérgio Ribeiro, coordenador de Vigilância Sanitária de Nova Iguaçu.

Nesta quinta-feira (4), agentes da secretaria se reuniram com a Prefeitura de Nova Iguaçu para oferecer apoio e intensificar a vacinação contra a febre amarela na região da Reserva Biológica do Tinguá. O encontro foi realizado após a confirmação da morte de um macaco pela doença na região.

O diagnóstico foi confirmado no final do mês de dezembro após exames laboratoriais realizados pela Fiocruz. De acordo com a secretaria, a prefeitura de Nova Iguaçu garantiu que tem estrutura suficiente para reforçar a vacinação no local e informar à população sobre o risco da doença em áreas de mata.

A secretaria afirmou que disponibilizou doses suficientes para imunizar todo o público-alvo nas regiões de Miguel Pereira e Tanguá. Como Nova Iguaçu informou que a taxa de vacinação está em 24,1%, a SES disponibilizou um reforço de 100 mil doses da vacina.

Os postos de saúde estarão abertos durante a semana em Nova Iguaçu. A população que vive ou se desloca pra essas áreas de mata e não tomou a vacina devem procurar pelos postos e se vacinar.

“Não existe a necessidade de correr aos postos de saúde no restante. Na área urbana, por exemplo, é procurar o posto paulatinamente. Não precisa lotar os postos nessas áreas”, contou Mário Ribeiro.

A Secretaria de Saúde informa que não há uma epidemia de febre amarela e nenhum caso da doença foi confirmado entre os moradores da região. A presença da febre amarela em macacos é um sinal de que casos da doença podem aparecer na população.

Desde 1942, não há casos de transmissão da febre amarela dentro das cidades. O mosquito transmissor da febre amarela urbana, o aedes aegipti, hoje preocupa muito mais como transmissor de outras doenças: dengue, zika e chicungunha.

A secretaria de saúde teme que os casos de chicungunha possam aumentar este ano devido a pequena parcela da população já teve contato com a doença. Por isso, a resistência ao vírus no Rio não é muito alta. Como ainda não tem vacina para a chicungunha, o mais importante é a prevenção.

fonte:

Por G1 Rio

RJ tem risco de epidemia de chikungunya, diz subsecretário de Vigilância em Saúde


Campanha ‘Dez minutos contra o Aedes’ ajuda a conscientizar a população sobre o perigo da água parada em casa. Crise financeira não deve atrapalhar prevenção, disse Alexandre Chieppe.

Resultado de imagem para alexandre chieppe

RJ tem “risco de uma epidemia de chikungunya”, diz subsecretário

m entrevista ao Bom Dia Rio na manhã desta quarta-feira (3), o subsecretário de Vigilância em Saúde do Governo do Estado do Rio de Janeiro, Alexandre Chieppe, afirmou que não está descartada a possibilidade de uma epidemia de chikungunya no verão deste ano. Ele alerta que, nesse período, é preciso redobrar a atenção com possíveis focos do mosquito Aedes Aegypti.

“Há o risco de uma epidemia de chikungunya, isso não é possível descartar. O que resta a todos nós é intensificar as ações de prevenção, evitar a proliferação do mosquito para que não tenhamos um 2018 com dengue, zika e chikungunya”, explicou Chieppe.

Ainda assim, ele acredita que os problemas gerados pela dengue devem ser menores.

“O cenário de dengue hoje é, de certa forma, um cenário mais tranquilo, por conta da circulação do vírus da dengue, que é o mesmo desde 2011, intercalando com dengue 4. É muito pouco provável a entrada de um novo vírus. O que preocuparia seria a dengue 2 ou dengue 3”, destacou o subsecretário.

Crise não deve atrapalhar prevenção

Segundo Chieppe, o problema financeiro enfrentado pelo Rio de Janeiro não deve afetar a prevenção das doenças causadas pelo Aedes Aegypti. Segundo ele, os 92 municípios possuem planos de contingência prontos, com ações de prevenção e assistência estruturados.

“Obviamente, todo o setor público vem sofrendo com a falta de recursos. Por outro lado, a questão da contingência das arboviroses [doenças transmitidas por insetos], que é a preparação para dar conta de uma eventual epidemia, ela está posta”, explicou.

O fim de fevereiro, março e abril são os meses onde a prevenção do mosquito deve ser mais intensificada. “O aumento da temperatura favorece a proliferação do mosquito e as chuvas que acontecem de forma isolada, praticamente todos os dias, também favorecem o aparecimento dos criadouros, já que ele gosta de água parada”.

Para conscientizar a população da importância de uma limpeza na casa e a remoção de locais que possam se tornar criadouros, o Governo criou a campanha: ‘Dez minutos contra o Aedes’.

“Lançamos a campanha dos ‘10 minutos contra o Aedes’. A campanha mostra que em 10 minutos por semana é possível livrar nossas casas de qualquer criadouro do mosquito. O vaso de planta, o vaso sanitário inutilizado, um balde num canto, um pneu, piscina, qualquer lugar que possa encontrar água parada, pode ser um criadouro”, contou Chieppe.

 

Por Bom Dia Rio

CIRROSE


O que é cirrose – causas, sintomas e tratamento

cirrose

A cirrose é comumente associada ao alcoolismo. Mas não se resume a isso. (Ilustração: Erika Onodera/SAÚDE é Vital)

cirrose é o desfecho de lesões no fígado que se cicatrizam, fazendo com que o órgão vá perdendo sua função e caminhe para a falência completa. É resultado de inflamações e agressões crônicas como o ataque de vírus (hepatites A,B,C…) ou abuso de bebidas alcoólicas. O tecido do fígado fica, com o tempo, todo fibroso e deixa de realizar tarefas primordiais para o organismo, como o processamento de nutrientes e medicamentos, a fabricação de proteínas e a produção da bile, que atua na digestão.

O grande perigo da cirrose hepática é que ela é silenciosa durante anos. Ou seja, o fígado, mesmo sofrendo agressões, parece não reclamar. Isso atrasa o diagnóstico, que, no Brasil, ainda se dá na maioria das vezes em estágio avançado — fase em que costumam aparecer os sintomas.

Como o problema não tem cura (nem pode ser revertido), a solução pode ser o transplante de fígado. A recomendação, portanto, é ficar atento se houver fatores de risco para a doença (hepatites crônicas, etilismo, presença de gordura no fígado…) para flagrá-la quanto antes e poder estacionar seu avanço.

Sinais e sintomas

– Pele amarelada (icterícia)
– Inchaço no abdômen
– Emagrecimento
– Fraqueza
– Perda de apetite
– Mau hálito intenso
– Nódulos amarelados pelo corpo (sobretudo próximos da pálpebra)
– Tosse e vômito com presença de sangue
– Perda de cabelo

Fatores de risco

– Consumo excessivo de bebidas alcoólicas
– Excesso de peso e obesidade
– Hepatites (sobretudo as do tipo B e C)
– Predisposição genética
– Idade acima de 40 anos
– Uso (ou abuso) de medicamentos
– Diabete

A prevenção

A melhor maneira de prevenir a cirrose hepática é adotar um estilo de vida mais saudável, evitando exageros de bebidas alcoólicas, dieta muito calórica e a automedicação. Outro fator de proteção é se proteger dos vírus das hepatites, sobretudo o tipo B — para o qual existe vacina.

O uso de preservativo em relações sexuais também resguarda o organismo contra o agente viral. O tratamento de hepatites crônicas, como a do tipo C, é crucial para impedir que o fígado entre em cirrose e, com isso, perca suas funções.

O diagnóstico

O gastro ou hepatologista apura o histórico do paciente e analisa o estado do fígado com exames de imagem como o ultrassom. Frequentemente é necessário realizar uma biópsia para avaliar o tecido com um microscópio.

O tratamento

O objetivo é impedir que a cirrose se alastre e se agrave. O fundamental no plano terapêutico é identificar a causa do problema e cortar a agressão — seja o vírus da hepatite, seja a ingestão de álcool, seja a presença de gordura, a esteatose hepática.

Alguns medicamentos podem ser receitados nesse trajeto para poupar o fígado e o acompanhamento com exames se torna importante para avaliar a evolução do quadro e flagrar eventuais nódulos malignos no fígado, mal que pode aparecer em paralelo à cirrose. Casos mais graves de cirrose acabam sendo encaminhados para o transplante de fígado — o órgão perdido é substituído por outro, de um doador.

Os médicos, no entanto, tentam o possível para não chegar a essa solução. Daí a importância da detecção precoce.

Governo estima que 136 mil pessoas não sabem que têm HIV no Brasil


Além dessas, há 196 mil diagnosticados que não se tratam

 

Profissional de saúde coleta sangue para exames de sífilis e HIV: diagnóstico importante – Divulgação/FERNANDA RODRIGUES

BRASÍLIA — O Brasil tem 136 mil pessoas com HIV que desconhecem a própria condição, segundo estimativas referentes a 2016 divulgadas nesta sexta-feira, Dia Mundial de Combate à Aids. Além desse contingente, há 196 mil que sabem que têm o vírus mas não se tratam. Eles representam 28,2% dos 694 mil diagnosticados no país. No total, o Ministério da Saúde projeta em 830 mil o número de pessoas com HIV no Brasil.

São cerca de 498 mil pessoas em tratamento no país, segundo o governo. Anteriormente, o Ministério da Saúde havia divulgado dados incompletos relacionando números de 2016 e 2017, que foram publicados pelo GLOBO nesta tarde. Questionada sobre inconsistências, a pasta corrigiu as informações, e este texto foi atualizado.

Os dados apontam que o tempo de início do tratamento após o diagnóstico caiu de 101 dias, em 2011, para 41 dias em 2016. Nesse período, o protocolo mudou para garantir antirretrovirais a todos os infectados, e não apenas aos que atingiam determinado nível de carga viral, como era antes.

Entre 2016 e 2017, o número de testes rápidos distribuídos aumentou 49%, de 7,3 milhões para 10,9 milhões kits, segundo o Ministério da Saúde. A pasta atribui todos esses fatores ao fato de, hoje, ter 91% das pessoas em tratamento com carga viral indetectável, o que faz o vírus não ser transmitido.

Essa é uma das três metas da Unaids, conhecidas como 90/90/90. A única que o Brasil cumpriu é a de ter no mínimo 90% das pessoas em tratamento com supressão viral. No caso do objetivo de chegar a 90% das pessoas com HIV diagnosticadas, o país está com 84%. O outro compromisso é tratar 90% dos diagnosticados. Nesse ponto, os dados nacionais mostram uma taxa que variam de 72% a 80%.

Nesta sexta-feira, o governo lança uma campanha de prevenção à Aids, com foco nos jovens, que registraram o maior aumento da doença nos últimos anos. Com o slogan “Vamos combinar? Prevenir é viver”, as peças na tevê aberta e fechada contarão com clipe do grupo Dream Team do Passinho, que vai combinar a população a fazer o próprio passinho da prevenção.

Apesar de a infecção ter aumentado significativamente entre homens que fazem sexo com homens, esse público, assim como a população trans, será trabalhado com ações específicas nas redes sociais, segundo o Ministério da Saúde. Outros grupos que serão alvo de campanhas na internet são as gestantes, os profissionais de saúde e os gestores da área da saúde.

Captura de Tela (89)Captura de Tela (90)Captura de Tela (94) 

POR RENATA MARIZ